A responsabilidade é do Primeiro-ministro, saída da ministra não pode ser bode expiatório

O deputado do CDS-PP Telmo Correia criticou hoje a “teimosia do primeiro-ministro” que manteve a ministra da Administração Interna depois da tragédia de Pedrogão Grande e defendeu que o executivo terá “de assumir responsabilidades para além da demissão”.

 

“A ministra fez questão que o país soubesse hoje que pediu para sair naquele momento e que só por teimosia do primeiro-ministro, que não permitiu essa possibilidade, ela teve de se manter em funções aparentemente contra vontade, uma vez que terá pedido para sair. Isto é particularmente surpreendente e particularmente grave”, afirmou Telmo Correia em declarações à Lusa.

 

Por isso, o CDS-PP volta a reafirmar que “a responsabilidade do ocorrido é do primeiro-ministro e do Governo e, por isso, essa responsabilidade e consequências têm de ser assumidas para além dessa demissão”.

 

Para o CDS-PP, Constança Urbano de Sousa e a sua equipa deveriam ter saído após os incêndios de Pedrogão Grande, uma posição que ganhou mais força com os fogos deste fim-de-semana: “Esta demissão era inevitável por uma questão de responsabilidade política. Era incontornável”, sublinhou Telmo Correia em declarações à Lusa.

 

No entanto, o deputado do CDS-PP lamenta que a saída da ministra só tenha acontecido “depois do importantíssimo discurso do Presidente da República que deixou muito claro que essa demissão teria de ocorrer”.

 

“Era evidente para nós e para muita gente que o Ministério da Administração Interna e esta ministra estavam sem rumo e sem condução política há muitos meses a esta parte”, sublinhou Telmo Correia, reportando-se aos incêndios de Pedrogão Grande.

 

Na altura, o CDS-PP defendeu que a ministra e a sua equipa se deviam demitir depois da tragédia que revelou “falta de capacidade de previsão, falta de leitura e antecipação de uma situação que, dadas as condições meteorológicas, era provável que viesse a acontecer, as nomeações erradas e os modelos de proteção que não funcionaram”, recordou o deputado.