VOTO DE LOUVOR E AGRADECIMENTO
O Conselho Nacional do CDS, reunido a 8 de Janeiro de 2016 na Sede Nacional, tendo como Ordem de Trabalhos a marcação do XXVI Congresso do Partido, tendo conhecimento que o seu Presidente, Paulo Portas, não será recandidato à liderança neste próximo Congresso, delibera aprovar um voto de louvor e agradecimento nos termos e com os fundamentos seguintes:
Desde a sua candidatura, em 1995, a deputado pelo Distrito de Aveiro, Paulo Portas foi deputado municipal, vereador, líder do grupo parlamentar do CDS e deputado ao Parlamento Europeu, cargos e funções que desempenhou com reconhecido brilhantismo.
Enquanto Presidente do CDS, Paulo Portas levou o CDS a afirmar-se enquanto partido de governo, facto tão mais assinalável quanto, convém recordar, o CDS antes de Paulo Portas só tinha estado no Governo na geração dos seus fundadores. O CDS integrou, assim, Governos de coligação entre 2002 e 2005 e de 2011 a 2015, por mérito próprio, fruto dos resultados eleitorais que obteve, em listas próprias.
Durante estes anos, e através de tempos difíceis – designadamente os que corresponderam ao processo de ajustamento da troika – o CDS marcou a sua natureza patriótica, responsável e de defesa intransigente do interesse nacional. Nessas alturas, em que os portugueses chamaram o nosso partido ao Governo, Paulo Portas e o CDS contribuíram para a defesa dos nossos valores, para a soberania e desenvolvimento do nosso País.
Como governante, Paulo Portas exerceu de forma exemplar os cargos de Ministro da Defesa Nacional, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e, mais recentemente, Vice-Primeiro Ministro de Portugal. Em todos os eles deixou uma marca forte de talento, de inteligência, mas sobretudo, de um inalienável amor a Portugal.
Desses tempos exigentes, fica para o CDS uma identidade muito forjada no seu exemplo, mas que é seguramente partilhada por todos nós, de disponibilidade de serviço, de competência e de qualidade no exercício de funções públicas, seja na governação, seja no exercício de funções parlamentares ou autárquicas.
Tal só foi possível porque enquanto líder Paulo Portas foi um daqueles dirigentes que, crescendo, ajudou a crescer e a serem melhores aqueles que tiveram a oportunidade de com ele trabalhar e percorrer este caminho de que todos nos orgulhamos.
Um partido que historicamente teve de lutar contra o fenómeno do “voto útil”, é hoje, em resultado do seu trabalho, reconhecidamente, um partido útil para Portugal.
Hoje, o CDS é um partido de implantação nacional, capaz de lutar em eleições por todo o País, uma força atuante em todo o território. Um partido como pretendia Paulo Portas na moção “Voltar a Crescer”, com que se apresentou e foi eleito pela primeira vez em Braga, em 1998, “moderado, responsável e credível, dotado de quadros identificados com políticas, e de soluções realistas para problemas cada vez mais complexos”. Um partido reconciliado com a sua história e reconhecido para com o seu passado, com a trave da democracia-cristã e integrando as correntes do liberalismo responsável e do conservadorismo moderado.
Os homens de estado avaliam-se pelos resultados que conseguem e pelo exemplo que deixam. Hoje, neste Conselho Nacional, louvamos e assumimos esse exemplo como nosso.
Nestes vinte anos, desde a primeira vez que representou os portugueses, através eleições e referendos, Paulo Portas dedicou a sua vida a Portugal, com o CDS. O seu esforço, as suas capacidades e coragem, estiveram sempre presentes.
No futuro sabemos que continuaremos a contar com Paulo Portas como o mais ilustre dos nossos militantes. E se a sua tenacidade será difícil de substituir, temos hoje, fruto do seu trabalho, um partido forte, capaz e com futuro.
Nestes quase 16 anos em liderou o CDS, a sua vida foi para – e pelo – CDS.
Neste momento em que anunciou que não se recandidata a presidente, este Conselho Nacional, que representa todos os militantes e as estruturas do partido que ajudou a construir, afirma aqui, para o presidente do CDS, o que todos os militantes, o que os nossos eleitores, o que tantos portugueses lhe dirão pessoalmente:
- Obrigado, Paulo.
O Conselho Nacional, Lisboa, 8 de Janeiro de 2016